Dor no corpo e febre: o que pode ser?
A maioria de nós já precisou lidar com dor no corpo e febre. Esses são sintomas que, além de desagradáveis, podem indicar problemas na saúde. Em geral, eles mostram que há alguma complicação se desenvolvendo e que é preciso cuidar do corpo. Assim, podem anteceder diferentes quadros.
Para que a pessoa que sente esses incômodos possa lidar com eles de maneira tranquila, é necessário observar os sintomas que o corpo desenvolve, praticando a auto-observação. De modo a ajudar a identificar as fontes do problema, elencamos algumas potenciais razões ligadas à dor no corpo e febre.
Com isso, será mais simples identificar a situação e, junto a um profissional especializado, atuar na sua solução.
Gripe
A primeira razão ligada às dores e ao aumento da temperatura corporal é a gripe. Ela é uma enfermidade originada pelo vírus influenza, que acomete milhões de pessoas todos os anos. Em linhas gerais, impacta as vias respiratórias, trazendo consigo diversos outros sintomas adjacentes, como:
dor de garganta;
moleza;
coriza;
É comum que a maior parte dos quadros gripais se resolva sem a necessidade do amparo médico, por meio de atitudes que reforçam o sistema imune, como boa alimentação, descanso e hidratação adequada; além do uso de medicamentos isentos de prescrição que podem ajudar no alívio dos sintomas, até que o organismo consiga se curar. Porém, em casos mais graves, especialmente em idosos e crianças¹, o acompanhamento médico é importante, usando medicações para auxiliar a atuação do sistema imune.
Resfriado
Essa é outra situação comum ligada à dor no corpo e febre. Ela é semelhante aos quadros gripais, mas traz algumas distinções fundamentais e que ajudam a identificá-la. Primeiramente, vamos conhecer a diferença entre resfriado e gripe? Enquanto o primeiro é causado pela infecção de vírus como o rinovírus, o segundo ocorre por conta do vírus influenza.
Por terem origens diferentes, podem causar, também, impactos distintos no organismo. A gripe pode afetar as vias respiratórias inferiores, enquanto o resfriado costuma se manter nas superiores (nariz e garganta). A transmissão de ambas as doenças se dá por meio do contato com a pessoa infectada ou os aerossóis transmitidos pela fala ou pelas mãos que tocam as mucosas após entrarem em contato com o vírus².
É por isso que a higiene adequada das mãos é importante — além de eliminar o hábito de tocar nos olhos, nariz e boca sem a correta assepsia. Ao fazer isso, é possível evitar sintomas como:
tosse seca;
perda de olfato e vermelhidão no local;
inchaço dos gânglios;
calafrios e os demais sintomas apresentados em um quadro de gripe.
Dor de dente
Esse quadro pode parecer descorrelacionado da dor no corpo e febre. Contudo, pode causar ambos os sintomas. Isso porque a dor de dente, em geral, está relacionada a uma resposta inflamatória, que pode ser causada pela presença de cáries, feridas na gengiva, gengivite e outros casos.
Em muitas situações, essa resposta pode estar relacionada ao aumento da temperatura corporal — em busca de incapacitar os organismos danosos. Assim, é comum que respostas inflamatórias agudas gerem tanto a dor muscular quanto a febre³. Por isso, caso o indivíduo afetado esteja sentido um incômodo dos dentes, não se surpreenderá ao perceber a presença desses sintomas.
Eles tendem a sumir após o problema ser resolvido. Porém, é fundamental consultar seu dentista e médico, para lidar tanto com a dor local quanto com o uso de medicações que abaixam a temperatura e aliviam as dores, se for necessário implementá-las na rotina de cuidados.
Dengue
A dengue é considerada, em sua definição, como uma doença infecciosa febril. Portanto, é comum encontrar pessoas que sofrem com esse mal e apresentam febre. Como o quadro ativa o sistema imunológico, como ocorre em todos os outros casos, ele também gera respostas inflamatórias que justificam a presença da dor no corpo.
A dengue é causada pelo vírus pertencente à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. Ele é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Logo, é fundamental evitar que o inseto se reproduza4, seguindo medidas de prevenção e eliminando os focos de água parada em locais como:
vasos de planta;
pneus;
garrafas plásticas;
criadouros e demais recipientes.
COVID-19
Com a recente explosão das consequências da pandemia causada pelo coronavírus, a Covid-19 não poderia ficar de fora da lista. Afinal, é uma doença que causa dor no corpo e febre. Os coronavírus (CoV) não se limitam aos vírus que estão causando a situação atual. Eles são uma grande família, cuja presença é conhecida desde meados dos anos 1960. Aqueles que são capazes de infectar os humanos incluem:
MERS-CoV;
Alpha coronavírus 229E e NL63;
SARS-CoV;
SARS-CoV-2.
Sintomas
Assim, é possível perceber que existem diferentes tipos de contágios e doenças causados pelos coronavírus. No caso da Covid-19, os estudos recentes apontam alguns sintomas em comum, que podem ajudar a identificar o quadro. Os principais incluem:
tosse contínua;
febre alta;
perda ou alteração do paladar e do olfato;
dor no corpo generalizada.
Outros sintomas podem aparecer. Dor de garganta, coriza e diarreia são alguns deles. Em geral, os efeitos variam de pessoa para pessoa5. Portanto, é fundamental praticar a autopercepção e entender como o quadro de Covid-19 se diferencia dos demais apresentados acima. É somente por meio da observação e da ajuda do profissional que o infectado poderá conhecer seu quadro.
Assim como as outras infecções citadas neste conteúdo, a Covid-19 causa dor no corpo e febre, além de outros sintomas mais graves. Então, em busca de evitá-la, é importante seguir as recomendações oficiais, usando a máscara (preferencialmente as PFF2 e N95), higienizar corretamente as mãos, preferir locais ventilados e manter o distanciamento social.
Nos demais casos de dor no corpo e febre, conforme dito, é preciso observar a evolução do quadro, facilitando a identificação do que pode estar acontecendo. Nessa hora, o papel do médico é essencial, visto que ele direcionará cada paciente de acordo com suas necessidades individuais. Além disso, poderá recomendar medicamentos que minimizem os sintomas e melhorem a recuperação, caso seja necessário. Pratique a autopercepção e confie no profissional!
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Referências:
1 Vicente Neto, "Influenza sim, gripe não", Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2000
4 Ivan José Maciel, Epidemiologia e Desafios no Controle da Dengue, 2008